Brasil se aventura no mercado de criptomoedas

Publicados: 2024-04-05

Em um movimento inovador, a BlackRock Brasil anunciou o lançamento de um fundo de recibos de depósito que reflete um popular fundo negociado em bolsa (ETF) Bitcoin dos Estados Unidos.

Visão geral

Em 29 de fevereiro de 2024, especialistas do Bitcoin Apex oficial anunciaram que os novos Brazilian Depositary Receipts (BDR) começarão a ser negociados em 1º de março de 2024. Esta iniciativa marca um passo significativo para a BlackRock, uma das maiores empresas de gestão de ativos do mundo, em criptomoedas, indicando uma crescente aceitação e interesse em ativos digitais entre investidores institucionais.

Na sede da empresa, em São Paulo, a presidente da BlackRock Brasil, Karina Saudi, sugeriu que a empresa fará parceria com o provedor de infraestrutura do mercado financeiro brasileiro B3 para oferecer o novo produto. Said disse: “O lançamento do iShare Bitcoin Trust ETF BDR, IBIT39, avança a inovação dos ETFs e permite o acesso ao Bitcoin para investidores por meio de um título – o ETF BDR – que pode ser incorporado […] em seus portfólios”.

Preenchendo a lacuna: recibos de depósito e Bitcoin ETF

Os recibos de depósito são instrumentos financeiros que representam ações de empresas estrangeiras, normalmente negociados em bolsas fora do seu mercado nacional. Ao introduzir um fundo de recibos de depósito que espelha um ETF de Bitcoin dos EUA, a BlackRock Brasil expõe indiretamente os investidores brasileiros ao BTC por meio de um veículo de investimento regulamentado e familiar. A decisão de oferecer recibos de depósito em vez de investir diretamente em ETFs Bitcoin é estratégica.

Embora os ETFs Bitcoin forneçam uma maneira simples de investir em BTC, as restrições regulatórias e a dinâmica do mercado podem variar significativamente entre as jurisdições. Ao usar recibos de depósito, a BlackRock Brasil navega por essas complexidades, oferecendo aos investidores brasileiros um caminho regulamentado e compatível para obter exposição ao potencial de valorização do BTC, ao mesmo tempo que mitiga algumas das incertezas regulatórias associadas aos investimentos diretos em criptomoedas. Em 10 de janeiro de 2024, o ETF Bitcoin à vista da BlackRock foi um dos 10 aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). O Brasil emitiu BDRs de títulos de ETFs estrangeiros lastreados em cotas de ETFs emitidos no exterior. o

Implicações para o mercado brasileiro e além

A incursão da BlackRock Brasil no mercado de criptomoedas traz implicações profundas para o Brasil e para o cenário global de investimentos. Em primeiro lugar, sinaliza uma aceitação crescente das criptomoedas entre os investidores institucionais, que historicamente abordaram os ativos digitais com cautela devido a incertezas regulatórias, preocupações de segurança e volatilidade. Além disso, a medida da BlackRock poderá catalisar uma adoção mais ampla de criptomoedas por outros investidores institucionais em todo o mundo. Sendo uma das maiores empresas de gestão de ativos a nível mundial, o endosso da BlackRock aos ativos digitais poderia encorajar outros intervenientes institucionais a explorar ofertas semelhantes, potencialmente alimentando fluxos adicionais para o mercado criptográfico.

No Brasil, a introdução de um fundo de recibos de depósito vinculado a um ETF Bitcoin poderia democratizar o acesso ao Bitcoin para um segmento mais amplo de investidores. Com a entrada das instituições financeiras tradicionais no espaço das criptomoedas, os investidores de retalho podem ganhar maior confiança na alocação de uma parte das suas carteiras de investimento em ativos digitais, impulsionando potencialmente uma maior adoção e crescimento do mercado. No entanto, é essencial reconhecer os riscos e desafios associados. Embora as criptomoedas ofereçam potencial para retornos substanciais, elas também apresentam maior volatilidade e incertezas regulatórias. Os investidores devem ter uma conduta precisa e considerar a tolerância ao risco antes de alocar capital para tais ativos, principalmente através de instrumentos financeiros inovadores, como recibos de depósito que espelham os ETFs Bitcoin. De acordo com os dados, o BDR refletirá o desempenho do ETF dos EUA e terá uma taxa administrativa de 0,25%, compensada por uma isenção de um ano sobre os primeiros US$ 5 bilhões em ativos sob gestão (AUM).

Cronograma da criptomoeda no Brasil

A jornada do Brasil com a criptomoeda tem sido uma montanha-russa marcada por incertezas regulatórias, batalhas legais e rápida adoção. Aqui está uma linha do tempo destacando eventos significativos no cenário criptográfico do Brasil:

Juros antecipados (2008-2013):

  • O surgimento do Bitcoin em 2008 despertou interesse global, inclusive no Brasil, onde indivíduos experientes em tecnologia começaram a minerar e negociar criptomoedas.
  • Apesar do ceticismo inicial dos reguladores e das instituições financeiras, uma pequena mas crescente comunidade de entusiastas abraçou as moedas digitais.

Reconhecimento Legal (2013-2017):

  • Em 2013, o governo brasileiro reconheceu o Bitcoin como moeda legal, proporcionando legitimidade ao seu uso e negociação.
  • Os anos seguintes viram o estabelecimento de bolsas de criptomoedas e negócios que atendiam à crescente demanda por ativos digitais.

Desafios Regulatórios (2017-2019):

  • O Brasil enfrentou desafios regulatórios enquanto as autoridades lutavam para classificar e regulamentar as criptomoedas.
  • Em 2017, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) declarou que o Bitcoin e outras criptomoedas não eram valores mobiliários, mas sim commodities, sujeitas a regulamentações diversas.
  • Apesar desta classificação, persistia incerteza em relação à tributação e à proteção dos investidores.

Crescimento do mercado (2019-2021):

  • Apesar das incertezas regulatórias, o mercado de criptografia do Brasil continuou a se expandir rapidamente, com cada vez mais usuários, exchanges e startups entrando no espaço.
  • As principais bolsas globais expandiram suas operações para o Brasil, estimulando ainda mais a adoção e a liquidez.

Clareza Regulatória (2021-2022):

  • Em 2021, o Brasil deu passos significativos no sentido de proporcionar clareza e regulamentação para a indústria de criptomoedas.
  • O governo brasileiro apresentou um projeto de lei para regular as criptomoedas, delineando diretrizes para trocas, tributação e proteção ao investidor.
  • Este movimento foi visto como um passo positivo para legitimar o setor criptográfico e promover a confiança dos investidores.

Adoção e Integração (2022-2023):

  • Com regulamentações mais explícitas, o Brasil testemunhou um aumento na adoção de criptomoedas em vários setores.
  • As empresas começaram a aceitar criptomoedas como forma de pagamento e as instituições financeiras tradicionais começaram a oferecer produtos e serviços relacionados à criptografia.
  • O Brasil se posicionou como um centro líder em inovação em blockchain e desenvolvimento de criptomoedas na América Latina.

Evolução Contínua (2023 até o presente):

  • A jornada criptográfica do Brasil continua a evoluir, com desenvolvimentos contínuos em regulamentação, tecnologia e adoção.
  • O governo continua empenhado em promover a inovação e garantir a proteção do consumidor no espaço criptográfico.

A linha do tempo das criptomoedas no Brasil reflete uma jornada da incerteza à crescente clareza e adoção, posicionando o país como um ator vital no cenário global das criptomoedas.

A decisão da BlackRock Brasil de lançar um fundo de recibos de depósito espelhando um ETF Bitcoin dos EUA representa um marco significativo na adoção institucional de criptomoedas. Ao fornecer exposição regulamentada ao Bitcoin por meio de veículos de investimento conhecidos, a BlackRock Brasil atende às necessidades dos investidores brasileiros e abre um precedente para a participação institucional no mercado global de criptomoedas. À medida que o cenário das criptomoedas continua a evoluir, iniciativas como esta poderão abrir caminho para uma aceitação e integração mais amplas das criptomoedas nos mercados financeiros tradicionais, remodelando o cenário de investimento nos próximos anos.